sábado, 30 de janeiro de 2016

Para uma História das Agências Noticiosas - Memórias de Luís Lupi, fundador da Lusitânia V


Prosseguimos a reprodução das Memórias de Luís Lupi, fundador da Agência Noticiosa Lusitânia. Na entrada de 9 de Novembro de 1944 dá-se conta da aprovação do projecto por parte de Marcelo Caetano, Ministro das Colónias e futuro Chefe do Governo.

Na longa entrada de 2 de Janeiro de 1945 fala-se do "Nascimento, Glórias e Misérias" da Lusitânia. Fala-se das divisões no Regime quanto à ideia de criar uma agência noticiosa nacional. Mas o projecto concretiza-se. "Foi assim possível que no dia 30 de Dezembro de 1944, um sábado, pelas 15,30 horas, tivesse lugar na Sociedade de Propaganda de Portugal, a solene inauguração da Agência Noticiosa Lusitânia, com a presença do sr. ministro das Colónias e de algumas outras altas individualiudades, que toda a imprensa relatou..."

Dutra Faria, que estaria depois na fundação da ANI, é colaborador da Lusitânia.

Na sua Carta de Princípios, a Lusitânia declara-se por "um serviço noticioso que, absolutamene, seja objectivo, factual e livre de desmentidos". E diz não ser uma agência oficial, oficiosa ou comercial.

Na nota que Lupi acrescenta a esta entrada, já em 1972, nota-se a rivalidade que havia entre a Lusitânia e a ANI.



















sábado, 9 de janeiro de 2016

Para uma História das Agências Noticiosas - Memórias de Luís Lupi, fundador da Lusitânia IV


Prosseguimos a reprodução de páginas do livro "Memórias - Diário de um inconformista (1943 - a 1957)", de Luís Lupi. Numa entrada de Dezembro de 1943, em plena II Guerra Mundial, aquele que viria a ser o fundador da agência Lusitânia, diz: "O que eu desejaria era que a exemplo da Associated Press, as empresas que editam jornais portugueses se associassem formando uma agência cooperativa noticiosa portuguesa, sem fins lucrativos, capaz de oferecer à opinião pública um serviço independente de influências e favores de origens estrangeiras [...]"

Já numa entrada de Maio de 1944 relata um episódio curioso - sendo à altura correspondente da AP em Portugal, Lupi tem um papel activo no envio para os Estados Unidos de uma preciosa tele-impressora que estava nos escritórios da agência norte-americana em Berlim e que, devido ao conflito, se temia que pudesse cair em mãos alemãs. O aparelho foi expedido de lá para Lisboa e, daqui, para o outro lado do Atlântico, por acção directa de Lupi.

Finalmente, em Agosto de 1944, com a guerra a terminar em teatro europeu, Lupi faz uma comunicão ao II Congresso da União Nacional, onde defende mais uma vez junto do regime a necessidade de criação de uma agência noticiosa portuguesa. Essa ideia seria mesmo editada na altura por ele em opúsculo, intitulado "Consolidação da Unidade Portuguesa".